domingo, 18 de dezembro de 2011

Prece a Belenos

Belenos, O brilhante.
Fertilize os meus campos, para que toda semente nele cresça.
Acende com teus fogos, o calor e a paixão pela vida.
Me inspire e me cure nas suas fontes,
Para que minha alma seja água pura
Fluindo de volta para o mar
e sendo alimentadora da vida.
E na sua face oculta Belenos,
que eu possa ser o guerreiro de olhos negros,
Que não teme o frio, a morte ou a fome,
Com a força de cem mil cavalos
e a bravura de cem mil guerreiros,
Que eu possa ser o vencedor.
E que mesmo em guerra,
Eu veja seu brilho,
Iluminando meus caminhos
e mostrando as verdades.

quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

Bardos, Ovates e Druidas

 Geralmente a pessoa que procura o Druidismo, está familiarizada com a imagem do Druida, aquele senhor de túnica, barba longa e geralmente portando um cajado, símbolo de sabedoria e mestria. Porém as funções do druida são divididas em três: Bardos, Ovates e Druidas. Vale lembrar que não há uma hierarquia entre essas três funções.
Os bardos eram os que absorviam e transmitiam os conhecimentos e memórias ancestrais dos druidas, através da musica e poesia. Devemos lembrar que as culturas mais antigas não dividiam literatura e musica, tomemos como exemplo o termo “lírico” que está relacionado à Lyra instrumento musical usado para acompanhar versos poéticos. Através dessa arte, os bardos contavam suas lendas, mitos e as mantinham vivas, porque segundo alguns textos, para o druida a palavra escrita estaria morta e contar oralmente os seus feitos seria uma forma de manter-los vivos.
Já o termo Ovate, estaria relacionado ao profundo conhecedor das ervas, medicina e previsões.  Através de meditações e outras técnicas, ele seria capaz de ver eventos passados e futuros, era o xamã a quem a comunidade se dirigia quando precisava de conselhos e curas nos seus mais profundos níveis. Nos dias de hoje, ele poderia ser comparado a um bruxo.
Uma vez que os bardos transmitiam os conhecimentos, os ovates eram conhecedores de técnicas curativas, cabia ao druida a função sacerdote. Algumas fontes sugerem que o termo druida significa “Carvalho” ou ainda “Aquele que possui a sabedoria do carvalho”. O que podemos ter certeza e que o druida além de sacerdote, também era o conselheiro da realeza, professor, jurista, cientistas, filosofo, portador de grande conhecimento e muito respeitado entre as tribos.

Estudando essas três classes, que considero uma só, me dou à liberdade de compará-las a uma grande árvore. Como as raízes, o bardo conhece o passado e transmite esses conhecimentos, lendas e mitos para frente; como os galhos altos o ovate pode ver o futuro distante e finalmente o druida se encontra no meio dessa árvore, utilizando todos esses conhecimentos em função da vida e do bem estar. 
Espero que esse texto sirva com introdução aos estudos, que podem ser aprofundados nos seguintes links:
Bênçãos plenas do céu, terra e mar.

sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

Primeira encontro do grupo

Domingo dia 04/12/2011 aconteceu o nosso primeiro encontro. Foi um bate-papo ótimo que fluiu com graça e leveza, como eu esperava que fosse.
Entre outros assuntos, conversamos sobre o papel do Druida, Ovate e Bardo na cultura celta e no druidismo. Conversamos também sobre o que cada um espera dos encontros e quais as propostas do Druidismo (Recomendo ler o link "Nossas Crenças" do blog Nemeton Samaúma, lá tem todos os aspectos que discutimos) .
E por fim fizemos a meditação dos Três Caldeirões publicada no Templo de Avalon.
Combinamos de cada um pesquisar Deuses e Deusas para o próximo encontro que acontecerá em Janeiro.
Bênçãos plenas do céu, terra e mar!





Fotos do encontro:

domingo, 10 de julho de 2011

Claddagh, um símbolo de amizade, lealdade e amor.


A primeira vez que vi esse símbolo foi em um programa de TV chamado Miami Ink (sobre tatuagens), onde uma garota estava tatuando-o em homenagem a sua amiga que tinha falecido há pouco tempo. Achei tão interessante que resolvi anotar o nome e pesquisar, para minha surpresa descobri que provavelmente as origens desse símbolo são Irlandesas (Claddagh seria uma pequena vila de pescadores próxima a cidade Galways na costa oeste da Irlanda)
 Os anéis Claddagh têm suas origens nos antigos anéis romanos chamado Fede, onde duas mãos se tocam, como em um aperto de mãos símbolo de fé, veracidade e comprometimento. Os Fede foram muito populares na Idade Média na Europa. A diferença entre os dois é justamente o coração e a coroa. No Claddagh as mãos simbolizam a amizade, o coração o amor e a coroa a lealdade.

Várias lendas envolvem esse símbolo.  Uma delas nos conta que uma irlandesa de nome Margaret Joyce casou-se com um rico comerciante espanhol de nome Domingo de Rona. Depois do casamento, foram morar na Espanha, onde Domingo faleceu, deixando à Margaret uma imensa fortuna. Ela então retornou a Galway, onde se casou novamente com o prefeito da cidade e era reconhecida pelas obras de caridade. Um dia, uma águia derrubou no seu colo um anel Claddagh, que ela usou até morrer.

 
 
A outra lenda (a minha preferida) diz que certa vez um barco de pescadores fora capturado por piratas e seus tripulantes vendidos como escravos à um rico joalheiro Turco. Um dos tripulantes, Richard Joyce, casaria nesta mesma semana.
Os anos se passaram e não houve casamento, Richard Joyce trabalhava na negociação de jóias. Com o tempo Joyce se tornou um grande artesão, e nunca esqueceu a mulher que amava e deixara na vila. Ele fez um anel de ouro para ela, onde no centro havia um coração que representava o amor, uma coroa que significava lealdade e duas mãos representando a amizade.
Após oito anos ele conseguiu escapar de seus raptores e retornou a sua vila, e para sua alegria ele descobriu que seu amor nunca perdera a esperança de reencontrá-lo. Ele deu o anel que tinha forjado a ela, se casaram e nunca mais se separaram.

Bênçãos plenas do céu, terra e mar.

quarta-feira, 6 de julho de 2011

Airmid - Deusa da Cura

Bem, como o círculo que eu faço parte (Colheita Sagrada) nesse esbath comemorará Airmid, resolvi postar alguma coisa sobre ela. Vale lembrar que muitas vezes encontro ótimos textos pela internet, onde os autores não assinam, logo não posso dar os devidos créditos. Mas vamos ao que interessa.
Airmid é a Deusa da Cura dos celtas. É filha de Daincecht, avô de Lugh, e possuía quatro irmãos: Miach, Cian, Cethe e Cu.
Lugh foi o guerreiro que tinha uma lança mágica que disparava fogo e rugia e libertou o rei Nuada e os Tuatha Dé Danann das mãos dos Formori, os demônios da noite que tinham um só olho. Nuada perdeu sua mão direita durante um combate e, para que pudesse continuar a ser rei, ele precisava estar inteiro, então, o médico Dianchecht construiu uma maravilhosa prótese de prata, o que rendeu a Nuada o apelido de "Mão de Prata".
A estória da Deusa Airmid inicia-se quando faz uma visita ao castelo do rei Nuada.
Conta-se que os portões do castelo do rei Nuada era guardado por um homem que não tinha um dos olhos e trazia escondido em sua capa um gato. Quando Airmid e seu irmão Miach, em visita ao castelo, apresentaram-se como curandeiros, o tal homem pediu-lhes para reconstituir o olho perdido. Os deusemédicos concordaram e transplantaram o olho do gato para o espaço do olho vazio do porteiro. Entretanto, não tinham como mudar as características do olho do animal. Sendo assim, a noite ele ficava aberto em busca de caça e durante o dia fechava-se exausto. Mas o porteiro ficou muito feliz por ter novamente os dois olhos.

A rivalidade entre Dianchecht e seu filho Miach
O Rei Nuada estava usando sua prótese de prata feita por Dianchecht. Então Miach oferece-se para criar uma nova mão de carne e sangue, usando seus poderes. Este último, não concordava com as práticas médicas de seu pai e utilizando-se de seus poderes mágico-médicos, após três dias e três noites reconstituiu a mão do rei que voltou a ficar inteiro de verdade. Tal feito causou ciúmes e inveja ao pai, que propôs testar os poderes do filho, arremessando uma espada de encontro a sua cabeça, cortando levemente a sua pele. O rapaz imediatamente curou o ferimento com suas habilidades mágicas. Diancecht então enfureceu-se mais e lançou a espada, agora com mais força, cortando a carne da cabeça até alcançar o osso.

sábado, 2 de julho de 2011

As três faces da mulher celta


Todas as sociedades, ao longo dos tempos, tentaram definir as relações do homem e da mulher, como casal e dentro das estruturas sociais existentes. Para isso, atribuíram a cada um determinado lugar, que varia sensivelmente de acordo com os costumes e as tradições de cada povo.

Entre os celtas - os antigos gauleses, os irlandeses, os bretões da Ilha da Bretanha que vieram a ser os galeses, e os bretões armoricanos - as estruturas sociais eram as de todos os povos indo-europeus; isto quer dizer que a tendência era o patriarcalismo com o homem em primeiro plano.

Mas ao analisarem-se textos jurídicos, testemunhos históricos, literários e mitológicos, é surpreendente a constatação de quanto era vantajosa a condição feminina entre os celtas em relação a algumas outras sociedades, principalmente as mediterrâneas. Por outro lado, é certo que existem analogias profundas entre os usos celtas e os usos da Índia antiga quanto às formas de casamento.

É sabido que todos os mediterrâneos, particularmente os gregos e romanos, mantinham a mulher em estado de menoridade permanente. Os celtas, ao contrário, lhe atribuíam direitos que a mulher das épocas puritanas dos séculos XIX e XX, na Europa ocidental, estavam longe de possuir.

As razões dessa particularidade são muito diversas, mas podemos citar uma essencial: os celtas que invadiram a Europa ocidental por volta do século V a.C. não eram numerosos; constituíam uma elite guerreira e intelectual, e encontraram, nos territórios que vieram a ocupar, populações autóctones de densidade bem maior, às quais impuseram sua cultura, sua língua, sua religião e suas técnicas, e das quais assimilaram alguns costumes, especialmente os referentes às relações interindividuais.

Assim, as condições muito especiais do estatuto da mulher se observam no quadro da civilização celta devem ser buscadas na herança dos povos outrora instalados na Europa Ocidental.

O que espanta é a relativa independência da mulher em relação ao homem. A mulher pode ter bens próprios, como objetos de uso, jóias e cabeças de gado. Como o sistema celta admitia a propriedade mobiliária individual juntamente com uma propriedade rural coletiva, a mulher podia dispor de tal propriedade a seu bel-prazer, vendendo-a se assim quisesse, adquirindo outras por meio de compra, de prestação de serviços ou por doação. Ao casar-se, a mulher conservava seus bens pessoais e os levava consigo em caso de dissolução do casamento.

O casamento celta, aliás, era uma instituição flexível, resultante de um contrato cuja duração não precisava necessariamente ser definitiva. A mulher escolhia livremente seu marido, pelo menos teoricamente, pois às vezes os pais arranjavam casamentos por oportunismo econômico ou político. Mas mesmo nestes casos, a moça era consultada.

Aliás, no quadro do casamento, tudo dependia da situação pessoal dos esposos. Quando a mulher possuía menos bens que o marido, era este quem dirigia a casa, sem recorrer à mulher. Mas se as fortunas do homem e da mulher fossem iguais, o marido não poderia dirigir a casa sem o consentimento da esposa. E, fato excepcional na maioria das legislações, no caso de a mulher possuir mais bens que o marido, era ela quem dirigia a casa, sem pedir sequer a opinião dele.

A História e a epopéia antiga nos deixaram uma lembrança muito viva de situações assim: isso mostra eloqüentemente que a mulher conseguira, numa sociedade patriarcal, manter uma certa predominância e uma autoridade moral incontestável.

Também é importante constatar que, casando-se, a mulher não entrava nunca na família do marido. Ela pertencia sempre à sua família de origem, e o preço pago pelo marido pela compra de sua mulher era uma espécie de compensação dada à família dela. Mas em caso de divórcio a mulher retomava seu lugar natural em sua família de origem.

Em determinadas situações, especialmente quando o marido era estrangeiro, a família constituída pelo casamento pertencia a uma categoria especial, ligada à família da mulher, e os filhos herdavam exclusivamente a família materna.

O mesmo acontecia nas famílias reais em que a transmissão da soberania se dava às vezes por intermédio da mãe, ou do tio materno; existem, tanto na literatura irlandesa quanto na literatura européia de inspiração celta, lembranças flagrantes dessa prática de transferir a herança aos filhos do irmão da mãe. O exemplo mais célebre é o de Tristão, herói de uma lenda medieval de origem celta, herdeiro de seu tio materno, o rei Mark.

Fora do casamento, existia - e durou muito tempo na Irlanda, mesmo nos tempos cristãos - uma espécie de concubinato regulamentado por costumes severos. O homem, casado ou não, podia tomar uma concubina. Se fosse casado, só o poderia fazer com o consentimento de sua esposa legítima mas, de qualquer forma, a concubina só vinha instalar-se no domicílio do homem depois de ter acertado com ele um verdadeiro contrato. Ela recebia uma compensação pessoal, assim como sua família de origem, e comprometia-se por um período limitado a um ano e nem mais um dia.

Ao termo desse prazo, a concubina podia retomar sua liberdade, a menos que combinasse um outro contrato de igual duração. Esse estranho costume, que se quis chamar de "casamento temporário" ou "casamento anual", tinha o mérito de salvaguardar a independência e a liberdade da mulher; ela não era um objeto, comprado hoje e abandonado amanhã, ela era realmente uma pessoa, com a qual se celebrava um contrato.

E se o contrato não fosse respeitado, a mulher concubina sempre tinha a possibilidade de apelar à decisão de um juiz que ela mesma escolhia entre os que eram considerados mais sábios, geralmente druidas, que, além de suas funções sacerdotais, eram verdadeiros jurisconsultos.

O contrato de casamento era no fundo um tanto provisório e podia ser rompido a qualquer momento. Assim sendo, o divórcio era extremamente fácil. Se o homem decidisse abandonar a mulher, devia basear-se em motivos graves; se não os tivesse, deveria pagar idenizações muito altas, exatamente como em caso de quebra abusiva do contrato.

Mas a mulher, por seu lado, tinha o direito de se separar do marido quando ela a submetessa a maus tratos, ou mantivesse no domicílio uma concubina que não agradasse a ela.

Cita-se com freqüência o exemplo de um druida que queria levar para casa uma concubina não aceita por sua esposa legítima. Ele quis insistir, mas sua mulher fez saber que se divorciaria, e como a mulher possuía a maior parte da fortuna do casal, o druida refletiu melhor, resignou-se e submeteu-se à vontade da esposa, renunciando à concubina.

Na verdade, embora fosse mais freqüente que os homens pedissem a dissolução do casamento, as mulheres tinham o mesmo direito, e o divórcio podia ser feito quase automaticamente, por uma espécie de consentimento mútuo. E, havendo a separação do casal, a mulher não só retomava seus bens pessoais, mas retinha também sua parte em tudo o que o casal tivesse adquirido durante o tempo do casamento.

Esta solução impedia que a mulher fosse lesada quer no plano econômico quer no plano moral, pois o divórcio não decorria de nenhuma culpa; um contrato tornara-se caduco, e o divórcio não era mais do que o reconhecimento desse fato.

É certo que o problema dos filhos apresentava dificuldade. Em princípio, os filhos pertenciam à família do pai, e estavam, assim, protegidos de qualquer injustiça, pois a solidariedade familiar intervinha em favor deles, que não eram nunca abandonados. Havia ainda uma instituição especial para crianças que estivessem neste caso: adoção, que consistia em mandar os filhos para receberem educação manual, doméstica, intelectual ou guerreira com outra família, que por sua vez criava laços entre a criança e seus pais adotivos, alargando consideravelmente o quadro da vida familiar.

Os filhos podia herdar tanto do pai como da mãe. As meninas não ficavam afastadas da sucessão, ainda que fossem ligeiramente desfavorecidas em relação aos meninos. Mas, no todo, tanto quanto se pode observar nas épocas históricas do século V a.C. ao século XII da nossa era - a sociedade celta na Irlanda, na Ilha da Bretanha armoricana parece ter feito todo o possível para salvaguardar a dignidade, os direitos e a autoridade moral da mulher.

Esse texto foi escrito por Jean Markale, traduzido por Laise Aires e foi publicado no Keltia Brasil.
Espero que tenham gostado. Bênçãos plenas do céu, terra e mar.

quinta-feira, 30 de junho de 2011

Deuses e Deusas dos celtas

Ao começar a estudar sobre os deuses e deusas dos celtas, é importante ter em mente que o termo celta engloba várias tribos com características similares sendo impossível a formação de um único panteão celta. Há fontes que apontam a existência de mais de 300 deuses citados no mundo celta, sendo que apenas 60 são conhecidas em mais de uma região e somente 20 ou 30 possa ser encontrada na maioria dos povos celtas.
A religiosidade celta era totalmente baseada na sacralidade da natureza e seus infindáveis ciclos, por isso os Deuses são associados às paisagens; forças da natureza como o vento, os trovões, o Sol e a Lua. O culto aos ancestrais também era muito presente no universo celta, isso explicaria porque em algumas histórias os deuses se confundem com reis, rainhas e heróis que podem realmente ter existido. 
Saber que os celtas não possuem um panteão como, por exemplo, o dos gregos, pode desmotivar um pouco quem está no começo dos estudos, mas digo com toda a certeza, estudar essas divindades e depois de algum tempo fazer associações é muito gratificante. Aconselho a quem pretende estudar os deuses celtas por motivos religiosos, que além das leituras, tente sentir um pouco essas divindades (por meio de meditação, rituais e etc.) descobrindo novas informações que não são encontradas nos livros. Lembrando sempre que para os celtas o físico e o espiritual estão ligados, devendo ser trabalhados igualmente.
Você pode encontrar uma lista de Deuses e Deusas Celtas no site Templo de Avalonessa lista é interessante porque é dividida entre “Tradição Irlandesa” e “Tradição Gaulesa e Galesa”. Outra maior pode ser encontrada no site Nemeton.


Bênçãos do céu, terra e mar.

sexta-feira, 24 de junho de 2011

Awen

Acho interessante explicar o significado da palavra Awen, tendo em vista o nome do blog.
Awen vem do galês arcaico e significa mais ou menos "espírito que flui através de vós e nos inspira". Você já deve ter tido uma sensação diferente ao ver uma pintura, ouvir uma música ou simplesmente observar o por do sol e toda a profusão de cores que ele revela, você se sente totalmente completo por essa sensação e naquele momento você se sente inspirado, isso é Awen. O encontro do seu espírito com o espírito do mundo, esse espírito flui através de você, o inspira e você o devolve através do seu próprio espírito.
Observe o ato de respirar, você inspira, absorve a energia necessária para a vida e expira, devolvendo ao mundo, em um eterno ciclo. Isso acontece com tudo. Segundo Claudio Crow Quintino (Março de 2007) em seu blog:
A Awen é a chave do druidismo: a busca do druidismo por uma vida melhor passa pela compreensão de que tudo o que fazemos, todos os nossos gestos e palavras, são como “sinapses” que tocam e transformam o mundo à nossa volta. 
Awen é encontrado em diversas outras culturas vários outros nomes, mas o que acho realmente importante é reconhecer essa energia e fazer o melhor uso possível dela, independente de nome.
Termino esse primeiro post com um poema muito bonito. 

Awen
As brumas se abrem novamente... ouço o cântico dos pássaros nas florestas como outrora;
As Dríades saúdam a chegada de mais um novo ciclo.
As estrelas emitem uma luz singular e contínua...
Os pássaros gorjeiam a sinfonia de novos tempos...
Os Deuses em conclave oculto tomam nova decisão;
tecem novas veredas para a andarilha noturna.
A nudez não mais,
Nem a vergonha do abandono.
Lágrimas não mais....
Não importam as cicatrizes das batalhas, mas a honra de se ter lutado, mesmo que sangrando.
Esse é o espírito grandioso e invencível, a Alma de Tudo.
Está acima de todas as verdades.
É a inspiração dos bardos, os passos do guerreiro aprendiz,
a iluminação que toca com suavidade e doçura
a mão das parteiras na concepção sagrada entre vilarejos.
Conduz a palavra do Sacerdote e a sentença do Juiz.
O orgulho de pertencer à uma tribo de honra e valor,
que subsiste aos ataques dos inimigos com ousadia e sabedoria,
entre as brumas dos portais que só uns poucos têm resguardado acesso.
A certeza de que em cada aurora, o orvalho molha nossos campos, trazendo frescor e renovação às nossas terras.
E em cada roda, a colheita é farta e próspera, graças às bênçãos de nossos Deuses.

Assim, hoje e sempre, mais uma vez entre outras vezes, está o selo que nos certifica de quem somos e o que trazemos em nosso sangue, em nossa memória... em nossas almas imortais.
Janaína Borges de Oliveira