terça-feira, 5 de junho de 2012

E a minha caminhada?

Sou guardador de rebanhos
O rebanho é os meus pensamentos
E os meus pensamentos são todos sensações.
Penso  com os olhos e com os ouvidos
E com as mãos e os pés
E com o nariz e a boca.

Pensar uma flor é vê-la e cheira-la
E Comer um fruto é saber-lhe o sentido.

Por isso quando num dia de calor

Me sinto triste de goza-lo tanto.
E me deito ao comprido na erva,
E fecho os olhos quentes,
into todo o meu corpo deitado no realidade
Sei a verdade e sou feliz.
Alberto Caeiro


Meus passos lentos agora caminham mais solitários e como se não bastasse as brumas do bosque a minha volta, ainda conto com a minha inexperiência. Mas na minha habitual lentidão, sei que a cada dia que passa estou mais perto. Perto de quê? Não sei ainda, talvez de encontrar-me em casa outra vez.
Esse blog surgiu com a proposta de ser direcionado a um grupo de pessoas. E é com grande prazer que lembro da nossa única roda de conversas em um parque que nos acolheu muito bem. Pois é, essas pessoas acabaram caminhando para lados opostos, se distanciando e o que era o inicio de um grupo, não existe mais.
Essa dispersão me desmotivou um pouco, eu esperava por companheiros, sonhava e ainda sonho em poder dividir conhecimentos com mais almas druidas (se assim posso chama-las). Me desmotivou, não desmotiva mais, porquê ao ver uma árvore ao vento, ao ouvir o canto dos pássaros e ler palavras inspiradas por awen, ganho mais força e vejo como esse bosque é lindo.
Alberto Caeiro, escreve sobre o que sinto quando na impossibilidade de ter contato com a natureza (eu sei, isso parece piada vindo de alguém que mora no Amazonas) me transporto para um lugar distante, em uma clareira, um céu cheio de estrelas, com a lua cheia iluminando outros druidas e espíritos da natureza.
Nesse momento bebo da fonte de conhecimento infinita e o espírito flui livremente. Awen /|\