terça-feira, 14 de janeiro de 2014

Uma teoria lógica e porque a intolerância religiosa não faz sentido.

Resolvi escrever esse texto depois de ter uma aula sobre um pensador alemão chamado Frege que é considerado um dos maiores lógicos do período contemporâneo, criador do que conhecemos como cálculo proposicional e cálculo dos predicados. O foco do estudo realizado foi a contribuição do pensamento lógico para a linguagem e como um sistema pode fazer a ligação entre linguagem e realidade. E o que tudo isso tem a ver com intolerância religiosa? Enquanto o professor estava apresentando um dos elementos lógicos, o que o filosofo chamou de “referência”, que é o objeto real em si, me veio em mente  uma relação com o que compreendemos por divindade e como as várias religiões do mundo tentam compreender o mesmo fenômeno. A muito grosso modo, o sistema proposto para condição de verdade é composto pelos elementos: sinal, que seria as representações gráficas; o significado, o sentido sem referência ao extralinguístico; sentido, o modo de se designar o objeto e a referência, como já dito, o objeto real em si. 


A minha afirmação de intolerância religiosa não fazer sentido dentro de um pensamento lógico, parte do princípio de que possuímos vários “sinais” relacionados ás diferentes religiões, que apresentam graficamente as ideologias constituintes, ou seja, a bíblia para os cristãos, as várias publicações e estudos pagãos, por exemplo. Esses sinais dão aos seus seguidores, o que o estudioso denominou como “sentido”, uma vez que cada religião, a partir dos seus sinais, vai designar e  organizar seus pensamentos de forma distinta. Parece meio óbvio que se os sinais mudam, os sentidos também mudam. E quanto a referência, A coisa em si, A divindade. Frege nos diz que é impossível conhecer A coisa em si, porque para isso seria preciso o ser humano saber quais sentidos estão envolvidos no ato de “sentido”.
 Em outras palavras, poderíamos fazer um dialogismo entre a teoria lógica desenvolvida por Frege, com as religiões de um modo geral. Possuímos uma espiritualidade e procuramos uma religião que nada mais é que uma ferramenta para nos religar ao divino, e essa religião nos dá “sinais”. Esses sinais serão interpretados de forma particular ou coletiva criando o sentido, o modo de designar um essa divindade que assumirá diversas faces, mas a referência, A coisa em si, permanece oculta porque, convenhamos, o ser humano está distante de compreender totalmente mistérios da nossa mãe-terra... Como é que se pode pensar que sua verdade é absoluta?


Dia 19/09/2013 esse domingo, teremos o 6 encontro social pagão do Amazonas com o tema “Todos Unidos contra a intolerância religiosa”, sintam-se convidados. 

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