Resolvi escrever esse texto depois de ter uma aula sobre um
pensador alemão chamado Frege que é considerado um dos maiores lógicos do
período contemporâneo, criador do que conhecemos como cálculo proposicional e
cálculo dos predicados. O foco do estudo realizado foi a contribuição do
pensamento lógico para a linguagem e como um sistema pode fazer a ligação entre
linguagem e realidade. E o que tudo isso tem a ver com intolerância religiosa?
Enquanto o professor estava apresentando um dos elementos lógicos, o que o
filosofo chamou de “referência”, que é o objeto real em si, me veio em mente uma relação com o que compreendemos por
divindade e como as várias religiões do mundo tentam compreender o mesmo
fenômeno. A muito grosso modo, o sistema proposto para condição de verdade é
composto pelos elementos: sinal, que seria as representações gráficas; o significado,
o sentido sem referência ao extralinguístico; sentido, o modo de se designar o
objeto e a referência, como já dito, o objeto real em si.
A minha afirmação de intolerância religiosa não fazer sentido dentro de um
pensamento lógico, parte do princípio de que possuímos vários “sinais”
relacionados ás diferentes religiões, que apresentam graficamente as ideologias
constituintes, ou seja, a bíblia para os cristãos, as várias publicações e
estudos pagãos, por exemplo. Esses sinais dão aos seus seguidores, o que o estudioso denominou como “sentido”, uma vez que cada religião, a partir dos seus
sinais, vai designar e organizar seus
pensamentos de forma distinta. Parece meio óbvio que se os sinais mudam, os
sentidos também mudam. E quanto a referência, A coisa em si, A divindade. Frege
nos diz que é impossível conhecer A coisa em si, porque para isso seria preciso
o ser humano saber quais sentidos estão envolvidos no ato de “sentido”.
Em outras
palavras, poderíamos fazer um dialogismo entre a teoria lógica desenvolvida por
Frege, com as religiões de um modo geral. Possuímos uma espiritualidade e
procuramos uma religião que nada mais é que uma ferramenta para nos religar ao
divino, e essa religião nos dá “sinais”. Esses sinais serão interpretados de forma
particular ou coletiva criando o sentido, o modo de designar um essa divindade
que assumirá diversas faces, mas a referência, A coisa em si, permanece oculta
porque, convenhamos, o ser humano está distante de compreender totalmente mistérios
da nossa mãe-terra... Como é que se pode pensar que sua verdade é absoluta?
Dia 19/09/2013 esse domingo, teremos o 6 encontro social pagão do Amazonas com
o tema “Todos Unidos contra a intolerância religiosa”, sintam-se convidados.
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